Como anunciado no convite enviado em 10 de setembro e na edição “Inspirações de Setembro”, nesta quinta-feira teremos o primeiro de dois encontros do Clube do Livro da Newsletter! O livro tem apenas 122 páginas, mas dada a pluralidade de referências, serão dois encontros com certa de 1h30min cada. O primeiro cobrindo as 68 primeiras páginas e o segundo as páginas restantes. Os encontros serão realizados nas datas abaixo para partilhas acerca do livro e contribuições do olhar de cada participante. O link para o encontro está no final desta edição.
Primeiro encontro: 10 de Outubro (quinta-feira) às 19h30
Segundo encontro: 24 de Outubro (quinta-feira) às 19h30
Quando eu li “O perfume das flores à noite”, de Leila Slimani, uma coisa eu tinha certeza: sabia que era um livro que exigia ilustrações por mais que a criatividade vagasse por aí imaginando o que a autora nos apresenta com palavras. Ao ler o nome de autores conhecidos, me emocionei lembrando de suas obras que eu conhecia.
Este post é apenas um apoio de leitura caso que você tenha tido curiosidade em relação à algumas colocações ou menções da autora faz em seu livro. Por isso, separei algumas coisas aqui para dividir com você. Coisas que me chamaram a atenção e que eu precisava ver além de apenas ler.
O projeto “Ma nuit au Musée” (Minha noite no museu, em português) é de autoria da editora Alina Gurdiel e já conta com 20 publicações. Neste projeto, ela convida autores para que estes durmam em museus e depois escrevam acerca da experiência. Não há formatos específicos, os escritores são livres para escreverem como quiserem.
O livro já começa com menção de grandes autores quando a autora comenta sua relação com a escrita - ela, assim como eles, gosta de ser solitária e estar reclusa quando escreve mas, para ela, sua criatividade a encontra assim como Anna Karenina encontrava Tolstói. É importante dizer que ela tem mais interesse na solidão que a experiência apresenta do que no fato de dormir entra obras de arte.
Com a chegada em Veneza, ela aponta suas impressões acerca do turismo em massa, fazendo comentários acerca do turista - aquele que consome a paisagem e a cidade, e o flâneur, aquele que a experimenta com o qual ela se identifica. Para ela experimentar a cidade e viver o momento é muito mais importante do exprimir comentários ou capturar fotos. Ela então chega a seu destino para aquela noite: O Museu Punta Della Dogana.

O edifício do século XVII, que era a alfândega de Veneza, passou por uma intervenção do arquiteto japonês Tadao Ando comissionado pela François Pinault Foundation. O interior do museu pode ser visto aqui. O site do museu é este aqui.

Leila nos leva por um passeio. A primeira artista menciona é a fotografa Berenice Abbot, cuja fotografias estavam na sala na qual sua cama foi montada. Ela então recorda uma conversa com um amigo na qual ele comenta que dormir em um museu era algo um tanto “esnobe”. Ela então logo menciona Etel Adnan, uma artista libanesa cujo trabalho conheci há uns anos por meio do instagram de Hans Ulrich Orbist, curador do Serpentine Gallery em Londres. A exposição que ela viu é “Luogo e Segni” (Lugar e Sinais) que explora a paisagem interna do ser humano por meio da relação de poemas com diferentes obras de arte de vários artistas. O texto de abertura era um inédito de Adnan. O catálogo de textos pode ser visto aqui.
Quando a escritora menciona o artista Feliz Gonzalez-Torres, eu logo lembrei de uma obra dele chamada "Untitled" (Portrait of Ross in L.A.) cuja forma muda constantemente e me emocionou muito quando me apresentaram. Ela se refere a cortinas - obras que fiquei curiosa e fui buscar para ver - uma cortina de contas vermelhas. Em sue caminho ainda há as “esculturas que parecem balas de hortelã”, neste caso a obra de Roni Horn - Well and Truly e por último, os monólitos “Mesk Ellil”, de Hicham Berrada com as damas-da-noite, no qual ele consegue inverter o ciclo da espécie, fazendo com que ela abra de dia e não a noite, como é habitual. É então neste momento que memórias da autora vêem à tona e ela fecha essa “primeira parte” do livro mencionando Virginia Woolf e “Um teto todo seu” com sua sequência não escrita chamada “A porta aberta”.

Notas que escrevi:
Como seria passar por esta experiência? Seria esnobe?
Qual o papel do museu hoje? Vejo que museu hoje tem um papel muito maior do que o de educar ou expôr artefatos. - Lembrei do TED How you can activate the soft power of your museums | Ngaire Blankenberg
Qual a minha relação com obras de arte? O que atrai meu olhar? Como me sinto em relação à elas?
Clube do Livro #1 - Encontro 01.
Quinta-feira, 10 de outubro · 7:30 até 9:00pm
Clube do Livro #1 - Encontro 02.
Quinta-feira, 24 de outubro · 7:30 até 9:00pm
Link da videochamada: [link expirado]