Quando fazemos a faculdade, normalmente criamos personagens para nossos projetos. É normal, no programa de necessidade, invertamos uma família ou alguém fictício para podermos criar o projeto daquele cliente. Eu adorava criar narrativas para embasar meus projetos. Numa dessas propostas, uma vez escrevi que iria fazer um apartamento para a escritora Elizabeth Gilbert e, ao pegar pessoas reais para embasar criações ficou muito mais divertido.
Pensando nisso, pensei em criar aqui Mood Boards. Existem uma variedade de boards. Muitas pessoas costumam, erroneamente, chamar o Design Board de Mood Board, quando na verdade eles representam coisas diferentes.
O Mood Board é uma coletânea de inspirações; coisas que visuais que queremos levar para o projeto. Ele é inicial para a concepção do projeto. Nele, podemos usar imagens, textos ou até mesmo amostras de texturas.
Já o Design Board contempla o que de fato vai ser inserido no projeto. Nessa fase já sabemos o que vamos inserir no projeto, daí destacamos visualmente para facilitar a leitura visual quando não temos um 3d, por exemplo.
O mood board pode ser feito até como uma estratégia antes de se procurar um apartamento, por exemplo. Colocando todas as referências do que se deseja, pode auxiliar no processo de tomada de decisão.
Alguns itens que podem entrar no mood board:
Referências de decoração; de materiais
Referências pessoais - esse é essencial pois pode nos guiar (em caso de indecisão) para uma paleta de cores
Paleta de Cores
Espaço - como é o espaço? É amplo? É iluminado? Tem pé direito alto? É rústico? É sofisticado?
Mobiliário - que peças eu tenho/quero neste ambiente? O que eu gostaria?
Arte - mesmo que mobiliário: você tem algo? O que gostaria de ter ou levar?
Esse processo é um auto-conhecimento que podemos fazer aos poucos, mas que o arquiteto consegue interpretar após uma conversa ou após uma leitura visual das suas referências no Pinterest, por exemplo. Muitas vezes selecionamos referências que não faz sentido, mas que ao serem interpretadas ajudam a formar um mood board ideal para o projeto.
O serviço de mood board pode, inclusive, ser feito como direcionamento para o arquiteto que não faz o projeto de interiores do projeto. É um serviço interessante e que direciona na seleção de acabamentos. Vou, aos poucos, fazer alguns mood boards baseado em pessoas ou personagens fictícios por aqui. É uma ótima forma de entender esta ferramenta.
Geralmente, os meus mood boards são claros e organizados. Apesar do termo, eu não entrego apenas uma prancha, eu faço uma apresentação dividida por tópicos, como os que listei acima. Aqui, abaixo, coloco um exemplo. Uma síntese do que apresentei para os clientes. À direita, as referências dadas pelos clientes, à esquerda as selecionadas por mim, ao centro, os materiais que selecionamos para sua casa anterior - que eles gostariam de manter. É um “mood” board - foco no mood. Estamos falando aqui do que queremos que o espaço transmita. Não quer dizer que vai ficar igual à referência, mas vai ter o mesmo mood.