Pretendo dividir com vocês, as sexta-feiras, alguns assuntos que tenho estudado ou acompanhado nas artes, no urbanismo, no design… várias coisas!
Acho uma forma interessante de troca. Ainda em fase experimental, vamos construir este espaço juntos.
Arte
Inspirada pela @minutodearte comecei a ler My Faraway One, livro que apresenta cartas trocadas entre a pintora Georgia O’Keeffe e o fotógrafo Alfred Stieglitz. Como já comentei algumas vezes, adoro uma pesquisa que envolva cartas como fonte primária e este livro nos presenteia com várias, sendo “apenas” o primeiro volume com 814 páginas que apresenta correspondências entre 1915-1933.Aparentemente, o casal chegava a trocar mais de três cartas por dia, e algumas delas tinha 30 páginas. O livro é dividido em três partes, cujos nomes são de lindos, “All the world greets you” que apresenta correspondências do período de 1915-1918. “The kiss that is my life” que apresenta o período subsequente até 1928, e, por último, “A terrible rightness” que fecha com o último período de 1929-1933. O que eu acho mais bonito é que as cartas nos brindam com uma arte para além do trabalho visual dos dois, já conhecido. A autora deste livro, Sarah Greenough é curadora e responsável pelo departamento de fotografias da National Gallery of Art, em Washington, D.C., já tendo produzido um livro sobre o fotógrafo. Adoro pessoas que dão continuidade a pesquisas e se dedicam à um tema.
Inclusive, no post de segunda-feira, comentei o livro que também estou lendo: Eleanor e Hick, que também foi baseado em cartas. Já aviso, eu leio vários livros ao mesmo tempo, é comum demorar mais para ler um outro ou outro.
Não conhece o trabalho dos artistas? Veja a coleção de Alfred Stieglitz no Art Institute of Chicago aqui, e conheça o Georgia O’keeffe Museum aqui.
Arquitetura
“Let us architects acknowledge our problems and make art of them.” (Robert Venturi, 1984)
Sabemos que não é possível saber tudo sobre um tema, quiçá, no meu caso, conhecer todos os arquitetos ou arquiteturas do mundo. Por isso, gosto de descobrir um arquiteto por vez e rever sempre seu trabalho sob um novo olhar. Apesar da maioria das mulheres ainda viajarem sozinhas, como mencionei no post de quarta-feira, ainda existem lugares que não são muito friedly para as solo-travelers. Como diz uma amiga: “Quem sabe um dia o mundo será um lugar melhor e poderemos fazer um tour por todas as arquiteturas e explorar todos os projetos que queremos“. Ela me disse essa frase enquanto comentávamos o trabalho do arquiteto paquistanês Rifat Chadirji, que faleceu em 2020 em decorrência do COVID-19.
Sendo o Egito um desses lugares dos quais eu ainda não tenho coragem de ir sozinha, após reler alguns tópicos de Bernard Rudofsky para um texto que estava escrevendo, tive vontade de revisitar os projetos de New Baris e New Gourna, trabalho do arquiteto egípcio Hassan Fathy. e fiquei também curiosa pelo livro ‘Hassan Fathy: Earth & Utopia’ de Salma Samar Damluji e Viola Bertini, que conheci graças à este artigo da Wallpaper.
Deixo aqui dois links, este da Sense Atlas que apresenta o projeto de New Baris, do qual destaco a seguinte frase: - “All his life Hassan Fathy has wanted to use the architectural language of his country to rekindle the people’s faith in their culture”. E este da Re-thinking the future que apresente 15 projetos do arquiteto que todos deveriam conhecer.
Design
Minha amiga, a designer gráfica Maria Ruth Jobim, por meio da conta seu studio, o MRJobim, publicou um #booktok maravilhoso esta semana com dicas de livros. Comaprtilhei no meu instagram e achei que valia a pena trazer a dica pra cá. Clique aqui para ver. Foi em uma foto da estante dela, postada em seu instagram, que eu peguei a dica do livro: O design do dia a dia de Donald A Norman, no qual o autor fala sobre as falhas de design em objetos cotidianos. Fiquei supercuriosa em relação ao livro, que me fez sentir falta das aulas de desenho do objeto. Como eu gostaria de ter entrado na faculdade com a cabeça que eu tenho hoje.
A minha biblioteca só crescer e a lista de livros a ler também!
Urbanismo
Fui convidada à integrar o time de um projeto super bacana (que ainda é segredo) MAS, posso dividir algumas coisas que cruzaram meu caminho enquanto eu pesquisava materais para ele. Em uma das pesquisas que fiz, me deparei com este texto do ArchDaily: Por que devemos criar cidades para crianças?
Esses dias, enquanto comentávamos sobre escolas, uma prima comentou sobre uma escola que tem uma mini-cidade em suas dependências. E eu me peguntei se nós, como urbanistas, falhamos no projeto de uma cidade, ou se nós, como sociedade, falhamos ao ponto de uma escola ter que simular a ideia de uma cidade ao invés de levar as crianças para experimentar a cidade.
O artigo aborda justamente a questão da exclusão das crianças no processo de design da cidade e dos interiores, apresentando inclusive um relatório com dados interessantes acerca do tema. Vale a leitura!
Me conte nos comentários o que achou deste novo espaço e o que tem te inspirado ou sido fonte de reflexão ultimamente.
amiga, sobre a cidade e as crianças: na graduação, fiz uma disciplina chamada 'a cidade pela lente das crianças' e desde então me gusta pensar em como as crianças vivem a cidade, além de como elas a enxergam.
Minha sobrinha, que mora num município feito pra ser apartado da cidade, adora ver desenhos que mostram a cidade e as coisas que nela existem. Fiz um propósito de fazer passeios pela cidade com ela. Aos 4 anos, Bia andou pela primeira vez a pé pela rua, esperou ônibus sentada no ponto, andou de ônibus, depois de metrô, fomos caminhar pela Avenida Paulista (aberta), brincamos no parquinho do parque Trianon, depois entramos pela calçada num shopping, voltamos de metrô....
Parecia que ela tinha ido pra Disney de tão empolgada! Tá contando pra todo mundo os detalhes do que viu, e já tem um semana que minha irmã disse que não tem outro assunto!
Como tia, fico orgulhosa, animada. Como pedagoga, penso em como trazer as famílias pra essa reflexão: quanto perde uma criança que não vivencia a cidade?