Bom dia!
Espero que todos estejam bem e energizados para a segunda metade do ano. Me peguei pensando esses dias na possibilidade de alternarmos a coluna Inspirações para os Sentidos com a nova coluna Inspirações e Referências.
Recentemente, assisti a série The First Lady no Paramount Plus e fiquei pensando em dividir com com vocês como podemos ampliar o nosso repertório com séries e filmes que mesmo não sendo aclamados pela crítica, podem despertar nossa curiosidade acerca de um determinado tema. Escolhi esta série em especial pois ela os apresenta três momentos distintos, o que considero interessante para este exercício.
A série, estrelada por Viola Davis, Michelle Pfeiffer e Gillian Anderson apresenta a vida de três primeiras-damas dos Estados Unidos, são elas: Michelle Obama (1964-), Betty Ford (1918-2011) e Eleanor Roosevelt (1884-1962).
O que nesta série pode despertar a nossa curiosidade?
A primeira cena da série já nos apresenta algo interessante: as primeiras-damas posando para seus retratos. Já aproveito e indico este vídeo da The New Yorker que vi esta semana sobre os pintores dos retratos de Michelle e Barack Obama, Amy Sherald e Kehinde Wiley, respectivamente. Uma pesquisa sobre retratos presidenciais pode nos apresentar muitas informações. Eu gosto de ver as diferentes formas com as quais as pessoas foram retratadas. Um que vi de Eleanor Roosevelt é interessante pois detalha alguns hobbies da ex-primeira-dama, por exemplo. Um retrato que eu considero muito interessante, por exemplo, é o do presidente John F. Kennedy, feito em 1970 por Aaron Shikler.
A forma como elas se engajaram na política, especialmente como ela se comunicavam. Após ve a série, eu me interessei por pesquisar pela Eleanor Rooselvet e acabei encontrando o livro “Eleanor and Hick” (que ainda não terminei de ler pois é longo) mas que acaba por mostrar um pouco como a primeira-dama tinha que se portar em suas colunas no jornal e como ela era em sua vida pessoal por meio das correspondências que trocou com Hick.
Aproveitando que mencionei Eleanor Roosevelt, é interessante observamos os projetos políticos e culturais em voga à época do governo de seu marido, Franklin Roosevelt, em cujo governo teve a Política de Boa Vizinhança que inclusive resultou em projetos culturais para aproximação de países da América Latina, como o Brasil, por exemplo, e que teve o Museu de Arte Moderna de Nova York como aliado. É uma boa forma de procurarmos também as exposições que aconteceram nesses anos de seu mandato. O próprio MoMA, por exemplo, tem uma grande digitalização de seu acervo disponível online. FDR fez um discurso interessante no décimo aniversário do museu no qual ele fala sobre arte e política. Você pode ler o discurso aqui.
É interessante entender como cada uma tentou, à sua maneira, transformar a Casa Branca em seu lar. A série nos mostra, por exemplo, como Eleanor Roosevelt optou por mobiliários da Val-Kill Furniture Shop, empresa que ela foi co-fundadora e que fazia réplicas de mobiliários americanos “tradicionais” (ou seja, alguém que não estava muito interessada no movimento moderno). Não apenas em relação à decoração e os decoradores (a House Beautiful fez até um artigo em relação às transformações da residência oficial), mas também em relação aos projetos e atividades. Michelle Obama conta um pouco sobre isso em seu livro Becoming - Maravilhoso, recomendo a leitura! (um Ps: O escolhido pela primeira-dama atual é Mike D. Sikes (que você talvez conheça pelos filmes de Nancy Meyers)
Betty Ford já vai apresentar alguns temas considerados tabus, como saúde mental e a dependência química. Inclusive ela acaba por fundar um centro posteriormente dedicado à causa.
A moda da época. É interessante observamos a relação que esta mulheres estabeleceram com a moda e sua época. Betty Ford, por exemplo, tinha background relacionado à moda (veja alguns de seus vestidos aqui) e Michelle Obama optou, muitas vezes por usar moda de novos talentos ao invés de optar apenas por marcas clássicas. Eu gosto muito de ler acerca das mensagens passadas pelas escolhas de vestuário. Quem fala muito bem sobre moda e propósito, embora relacionado à realeza, é Elizabeth Holmes, autora de HRH.
Quase tudo que consumimos pode ser fonte de conhecimento se formos curiosos o suficente para procurar a respeito do que nos é apresentado. Comecei a ler um livro este final de semana que comentava sobre a década de 1970 e nele estavam vários nomes conhecidos: Halston, Betty Ford, dentre outros. É importante conseguirmos ampliar nosso vocabulário para conseguir conhecer cada vez mais coisas de diferentes lugares.
Bom, por hoje foi isso!
Até breve.