Mobiliário moderno brasileiro
Harmonizando leituras #1: Anônimos, de Giancarlo Latorraca
Já usei em diferentes edições, de forma brincalhona, a expressão “Harmonizando leituras”- quando coloco leituras que se complementam muito bem para o entendimento de um tema. Hoje, resolvi começar uma coluna aqui com o termo, indicando pesquisadores, que contribuem com o trabalho um do outro e que podem ampliar ainda mais a compreensão de um tópico a partir da leitura de um livro.
Pesquisadores sempre comentam sua dificuldade em relação a fazer pesquisas, seja pela falta de documentos e acervos ou pela falta de acesso a estes documentos. Diferentes revistas já dedicaram edições ao tema e, constantemente, novos artigos trazem a luz esse questionamento comentando a necessidade de preservação e acesso aos documentos e a transformação dos mesmos quanto ao tempo e os avanços tecnológicos. Esta edição de 2020 da revista Bitácora da UNAM (Universidad Nacional Autónoma de México) foi uma dessas.
Já comentei aqui como fiquei encantada quando visitei a exposição “Dar forma à Forma” na Galeria Teo, em São Paulo, na qual os curadores explicavam a falta de documentação ou histórico em relação a determinado item exposto e convidavam o público para interagir e assim contribuir com aquela pesquisa em andamento, caso algum visitante pudesse compartilhar seu conhecimento acerca daquilo que ainda é desconhecido - seja um fragmento de história, um documento, uma autoria e assim por diante.
Na edição de hoje, a partir do meu trabalho como pesquisadora de arquitetura e urbanismo moderno, vou fazer pequenas notas acerca da leitura do livro Anomimos: móvel moderno brasileiro além dos ícones, recém-lançado pela editora Olhares. Nele, o ex-diretor técnico do Museu da Casa Brasileira, Giancarlo Latorraca e seus contribuintes nos levam por uma leitura do mobiliário brasileiro para além dos seus ícones, ou seja, explora não apenas a introdução de uma nova visualidade no mobiliário nacional, e os processos de produção destes itens, como também destaca os que vêm a serem reconhecidos como ícones, mas também nos mostra como essa visualidade e sua propagação (seja ela nacional ou internacional) contribuíram com a criação de peças sem autoria já que algumas fábricas assinavam as peças como um coletivo.
Foi interessante fazer esta leitura após ter visto a aula


