Essa semana comprei um livro muito interessante, a começar pelo título: Curate: Inspiration for an Individual Home.
O livro, escrito pelas interior stylists Ali Heath e Lynda Gardener tem essa premissa de abordar um estilo atemporal composto por alguns elementos como paleta de cores neutras, mix de peças vintages e modernas, enfim, são sessões que vão abrindo item a item que elas consideram especiais. Uma dessas sessões me chamou a atenção.
Os americanos tem uma distinção muito clara e comumente notada entre House e Home, (Casa e Lar). Intitulada “What Makes a Home” (O que forma uma casa), a sessão proposta pelas autoras aborda elementos que constroem esse espaço. Segundo elas:
Interiores atemporais
Um sentimento, não um lugar
Uma paleta bem pensada
Um ninho individual para coleções
A celebração da história
Um backdrop para exibições
Um retiro de texturas
Um mix de materiais brutos
Uma tela em branco inspiradora para combinações artísticas
Um lugar que é continuamente editado, curado, em camadas
Um lugar que se transforma com o tempo
Uma atmosfera que parece real
Um paraíso habitável
Um retiro
Um espaço com marcas de uso
Curadoria de novos e velhos
Um lugar confortável onde família e amigos são bem-vindos.
Eu achei tão interessante essa “fórmula” proposta, uma vez que ela não é muito comum no Brasil. Uma casa com alma. Normalmente, arquitetos que vemos em revistas, em sua maioria, propõem em seus projetos imóveis do zero, no qual tudo é selecionado. Mas e os itens que herdamos? As coisas que colecionamos? Muitas vezes esses itens são pouco explorados ou ficam em segundo plano. Vejam bem, não estão falando para expor qualquer coisa que ficou com você porque alguém fez questão que não saísse da família. Aliás, já comentamos aqui do organograma maravilhoso da Nikki Boy que comenta como nos desfazer de algo herdado da família e com o qual não temos vínculo afetivo, é só oferecer para outra pessoa que tenha.
Quando as autoras deste livro mencionam logo no título a palavra CURATE (Curar); elas já descrevem o que deve ser feito: uma curadoria de itens. É para que aconteça uma curadoria nos mínimos detalhes. Para que tudo que esteja exposto tenha sido escolhido com afinco, ou seja, tenha afinidade com sua personalidade; sua história.
Para os norte-americanos, só é considerado antiguidade itens autênticos com mais de 100 anos. Sendo assim, estamos entrando no ciclo no qual itens de mobiliário moderno logo serão (alguns já estão sendo) considerados antiguidade.. veja que interessante! Eu, por exemplo, cresci numa casa com antiguidades. Tínhamos itens do século 18 e 19, bem conservados, pela casa - uma roca, alguns vasos, itens diversos. (Gostaria que minha mãe tivesse tido um guia da Nikki Boy à época, infelizmente não teve e herdou mais do que gostaria da sogra dela). Atualmente, eu já escolhi alguns itens para minha própria coleção, como um jogo de café e chá que foi do casamento da minha avó, um jogo de copos de cristal austríaco cor-de-rosa (alguns com etiqueta ainda), outro de xícaras de vidro dos anos 1960 - bons exemplares vintage. Mas não é do meu interesse ter vasos franceses ou uma roca inglesa, não combinam comigo. Isso é fazer uma curadoria de novos e velhos. Olhar com carinho para aquilo que combina comigo, com a minha casa, com a minha linguagem. Esse é o papel do Interior Stylist, olhar essas minúcias que muitas vezes passam despercebidas pelos projetos pois os arquitetos não contemplam (e tudo bem, não é o papel deles) e muitas pessoas reclamam não ter “o dom” para fazer essa curadoria/seleção.
Essa lista proposta pelas autoras é bem direta e didática. Ela fala sobre como uma casa é construída pautada pela individualidade, edição e curadoria personalizada. Uma casa livre de tendências, na qual os itens importam. Não há acumulação e sim um lugar pacífico no qual podemos encontrar formas de relaxar, receber, curtir a casa. Acho que podemos ir trabalhando esocses conceitos aos poucos, mas eles estão em sintonia com o que venho propagando aqui já há algum tempo.
Se você precisa de um Interior Stylist, eu sou a pessoa certa para isso.
Alguns exemplos de serviço: fazer uma curadoria de itens para compor a decoração da sua casa, ou propor novas aquisições para complementar a coleção de itens que você já tem (válido inclusive para decorações sazonais); complementar a decoração que sua casa tem com um mobiliário ou outro. O trabalho de um Interior Stylist vai além disso, mas isso poderemos comentar num outro post.
Até breve!