O que diz meu CV:
Doutora em Urbanismo pelo POSURB-ARQ PUC Campinas, na linha de pesquisa: Teoria, História e Crítica da Arquitetura e do Urbanismo. Durante o doutorado permaneci como visiting Fellow na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Mestra em Urbanismo (PUCC, 2016), na linha de pesquisa de Gestão Urbana com foco em Patrimônio Cultual, e fiz estágio de pesquisa na Universidade do Oriente, em Cuba.
Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PUCC, 2013) com passagem pela Peking University, Beijing, China (extensão em urbanismo, meio ambiente e cidades pelo programa Santander Top China).
Designer de Interiores pelo New York Institute of Art and Design.
O que eu te conto:
As pessoas comumente esperam que como arquitetos sejamos discípulos de algum mestre que tenha tido sucesso e feito história no passado. No Brasil, essa ideia é normalmente associada à Niemeyer e sua oposição a ângulos retos. Eu fico feliz de dizer que eu fui além dele e encontrei em outros arquitetos e artistas referências, como Lina Bo, por exemplo, que não se ateve à prancheta. Minha paixão é trazer a arte pro cotidiano, pra vida diária, aquela arte que ganha vida ao contar uma experiência, ao ser manuseada com carinho e memória. Eu não tive outra opção que não escolher como profissão, hobby ou estilo de vida, a arquitetura. No entanto, logo no início da minha jornada descobri que a arquitetura é muito mais do que a construção e técnica.
Como complementar à arquitetura, o urbanismo sempre me provocou a buscar entender as dinâmicas que envolvem o mundo. E elas abrangem mais do que as proposições de Haussmann em Paris ou de Koolhas e Keré sobre Lagos, na Nigéria. Elas abrangem também histórias, experiências, memórias e pessoas. Talvez nenhum de nós esteja destinado a descobrir a regra de ouro que cerca este tema tão complexo, mas podemos aprender a construir as perguntas certas, por isso eu fui parar na academia. Era a minha oportunidade de formular perguntas.
Como cidadã do mundo e voluntária, eu colecionei experiências nas mais diferentes culturas. Como brasileira, e com um background multicultural, eu acredito que o mundo é muito maior do que os nossos olhos podem ver ou a pele sentir. Eu tive a oportunidade de ser voluntária na India, de fazer um curso de verão na China e alguns estágios de pesquisa pelo mundo. Andar em um rickshaw em Jaipur, um táxi dos anos 50 em La Habana Vieja, um black cab em Londres e um yellow cab em Nova York. Todas essas experiências foram uma forma de não parar e continuar minha busca, me descobrir e descobrir a melhor forma de me adaptar às práticas locais, formular as perguntas certas e contar algumas histórias.
Minha Alma Mater me ensinou muito. Na verdade, muito além dos meus diplomas ou os itens que meu cv menciona. De traduzir sonhos de clientes em ambientes à contar histórias acerca da construção de espaços a partir das experiências de profissionais que viajaram o mundo. Eu tive a chance de falar sobre espaços públicos e pessoas e de escrever acerca de artes e amizades, como Lota e Calder, por exemplo. Pesquisei nos acervos do MoMA e também tive a chance de utilizar documentos do acervo de Portinari para ajudar a ilustrar a história que eu resolvi contar ao longo do meu doutoramento.
Aqui mostro as soluções que encontrei para unir minhas experiências como arquiteta, identificando as necessidades do cliente, junto às adquiridas ao longo da jornada de pesquisa, comunicando-me de diferentes formas com um métier que busca fazer a arte presente em casa, com afeto e memória.