Inspirações de Outubro
Onde habita a inspiração? e onde ela se esconde?
Esta semana foi bem atípica por aqui. Após pegar uma chuva e vivenciar o clima do deserto em pleno interior paulista, na semana passada, peguei uma gripe daquelas que me deixou de cama do domingo pra segunda… até ontem, quinta. Este texto começou a ser escrito na segunda-feira pela manhã com a esperança de ser enviado naquele mesmo dia a tarde, mas eu simplesmente não consegui concluir a tarefa a qual me propus realizar.
Sabe aquele dia no qual você fala para as pessoas não precisarem de você pois você mal consegue dar conta de si mesma? Pois bem. Isso acontece muito raramente por aqui mas eu aprendi, depois de muito insistir no contrário, que um corpo em repouso tende a se recuperar muito mais rápido do que um corpo em movimento. Incrível o efeito que uma cama confortável, alguns litros de água e um xarope de própolis e mel (e os medicamentos certos, é claro) podem fazer por você em dias assim. Acontece que eu achei que seria um dia de repouso e foram quatro. Hoje, já recuperada e bem melhor consegui sentar para finalizar este texto.
Nestes dias, enquanto eu me perguntava se estava com febre ou não, já que não conseguia achar o termômetro, eu me lembrei de um livro que não gostei, apesar de ser muito bem avaliado na Amazon e no geral, no qual o autor comentava que muitos criativos tinham o ápice de sua produção em momentos febris. Como se a febre (ou o delírio) fosse uma canalização da criatividade. Sinceramente? Eu quando estou com febre só penso que morar sozinha estando doente ou sentindo dor é muito ruim, é terrível e nada além disso1.
Eu prefiro pensar na imagem abaixo que dividi há um tempo no meu perfil do Instagram no qual está escrito: “Quando estiver pensando muito, escreva. Quando estiver pensando pouco, leia”. Acredito que foi um dos stories que mais teve reposts, pois de fato, muitos se identificam com essa conjuntura de consumir conhecimento para melhor articular pensamentos e ideias. Eu até tentei e títulos não me faltavam. Para ser bem sincera, eu estava meio desorientada, sendo assim, até ler pareceu algo difícil nesta semana já que eu não conseguia focar nem em ler uma newsletter de notícias completa.
Mas sabemos que a inspiração não vem apenas dos livros e que a escrita também têm o poder terapêutico quando relacionado à reconhecimento de sentimentos e afins, e não apenas por conta de compartilhar algo com outras pessoas. Pensei como isso também vale para criação no geral. Enquanto procurava a imagem acima, me deparei com um outro post, similar, que fez muito sentido, e resolvi reproduzir suas imagens abaixo. A questão é que precisamos “consumir para preencher a mente e criar para esvaziá-la”. Acredito que a inspiração está em todo lugar embora não a reconheçamos “de primeira”. Por vezes, consumimos algo que vai ficar guardado ou apreendido em algum lugar em nossa mente e apenas irá se manifestar no momento oportuno. Estamos consumindo o tempo todo direta ou indiretamente e acho que de fato a criação acontece quando temos uma união de elementos de consumimos precisando de uma “canalização”; como se ao criar algo, liberássemos espaço para novas conexões.
