Olá!
Espero que este e-mail o/a encontre muito bem.
Escrevo-o com uma alegria imensa! Foi publicado o volume do Journal of the Society of Architectural Historians, no qual tem uma pequena contribuição minha! Há anos eu tinha o sonho de publicar nesta revista. Ver isso se concretizar foi uma alegria imensa!
Para comemorar, me ocorreu que eu ainda não tinha uma seção com relatos de viagem por aqui! Como assim?! Então, resolvi fazer a Places - uma seção na qual eu comecei a escrever posts com as experiências que tive em algumas cidades. Espero que gostem! Seria impossível não abrir esta seção com outra cidade que não Chicago. Leia aqui: #1 - Menos de 100 horas em Chicago.
Para ver: 3 vídeos do YouTube sobre organização e desapego de itens em excesso
Está chegando o final do ano. Estou preparando o workshop no qual vamos falar sobre organização. Eu já comentei aqui que gosto da metodologia da Nikki Boyd - eu a acho muito prática. Aqui no Brasil, o método de destralhe da Thaís Godinho é superinteressante! A autora do método vida organizada sugere uma organização na qual você trabalha apenas 30 minutos por dia. Ontem, enquanto rolava meu instagram, me deparei com a Fê Neute indicando um programa de limpeza de 30 dias. Acho que esses três vídeos se complementam e seria interessante divulgá-los aqui. A Thaís é prática, a Fê é didática (ai, admiro muito a Fê e a sua forma de ver vida) - o vídeo das duas se complementam. Já a Nikki dá uns detalhes e dicas importantes. Se você é apegado e precisa de ajuda, o organograma de descarte dela é muito prático! Para complementar essas indicações, vou compartilhar um guia da interior stylist Natalie Walton, que também é anti-acúmulo - ele é gratuito e você pode fazer o download aqui - em inglês.
Há um tempo falei aqui sobre descarte e doação de brinquedos. Acho que vale a pena relembrar.
No…. eu ia dizer Ipod, mas alguém ainda usa Ipod? No streaming, melhor assim rs.
Eu não sei qual plataforma você usa, então vou colocar o link do Spotify.
Por aqui, eu tenho ouvido o álbum Taller, de Jamie Cullum, o qual apesar de ter sido lançado em 2019, eu ainda não tinha ouvido. Estava com saudade de ouvir o Twentysomething de 2003 e acabei me deparando com Taller, um pouco diferente do primeiro, com referências de Prince e Elton John. Jamie Cullum sempre me lembra muito minha primeira visita à Londres, ainda na adolescência, então Twentysomething é um álbum que eu costumo ouvir sempre.
Ainda não terminei de ouvir The Gift Of Asking de Kemi Nevkapil, no audible, mas eu recomendo a assinatura de sua newsletter. Mas também estou ouvindo Atomic Habits de James Clear (Hábitos Atômicos em Português) e estou adorando! Thaís Godinho já havia indicado o livro várias vezes, mas foi depois da indicação de Natalie Walton que eu percebi que estava perdendo tempo ao não ler o livro.
E você, o que tem ouvido?
Para ler: Livros e artigos
Eu estou lendo: Flâneuse: Mulheres Que Caminham Pela Cidade Em Paris, Nova York, Tóquio, Veneza E Londres, de Lauren Elkin e estou gostando!
É o tipo de livro que teria feito com que eu me interessasse mais pelas aulas de Urbanismo ou Teoria da Arquitetura e do Urbanismo. Gosto como a autora aborda, de forma muito leve, quase romanceada, temas e autores do urbanismo, ao passo que também comenta experiências que não são apenas suas, mas de outros autores da literatura também. É uma leitura rápida, mas que exige um pouco de atenção. Um livro para ler com calma e ir fazendo marcações.

Uma curadora e exposições de arquitetura
O artigo The Importance of the Personal - do Places Journal, nos apresenta Elizabeth Bauer Mock Kassler, uma curadora que revolucionou as exposições de arquitetura. Aluna do Vassar College, foi aprendiz de Frank Lloyd Wright e então se tornou colaboradora no departamento de arquitetura Museu de Arte Moderna de NY, na década de 1930, no início de sua criação. Foi no MoMA que ela criou exposições focadas em pessoas comuns e não apenas profissionais da área. Destaco a citação abaixo:”She revolutionized the museum architectural exhibit so that it spoke to such people: the non-professionals, the regular citizens, the audience at large. If her focus was on housing, it was on the inhabitants and potential inhabitants of those houses as much as on their designers and builders. As a woman working in a male-dominated field, she used her experiences as a woman to enrich what she brought to architecture — not apologetically or stridently or self-servingly, but as if it were the natural way to view things. And in this, as in so many other ways, she was decades ahead of her time.” (LESSER, 2022)
Mondrian de cabeça para baixo
Diferentes veículos de comunicação escreveram sobre o fato do quadro New York City I (1941) de Mondrian estar de cabeço para baixo há alguns anos. A responsável pela notificação do fato foi a curadora Susanne Meyer-Büser, que descobriu isso enquanto pesquisava para a nova exposição a ser inaugurada no Centre Pompidou, em Paris. Aparentemente o quadro foi pendurado de forma errada em sua primeira exibição, no MoMA, em 1945, e assim permaneceu em Düsseldorf desde 1980.“Was it a mistake when someone removed the work from its box? Was someone being sloppy when the work was in transit?”, the curator said. “It’s impossible to say.” (Susanne Meyer-Büser)
O quadro faz parte de uma série que o pintor criou quando se exilou na cidade, a partir de 1940. Segundo a curadora, por ter sido feito com fitas adesivas, a obras é muito delicada e no estado de conservação no qual se encontra, sob o risco de desmanchar, não poderá ter a sua posição corrigida. O jornal The Guardian apresentou uma sobreposição das imagens na qual é possível ver a diferença nas duas exposições.
Eu, pessoalmente, adoro as obras que fez neste período e captam a vibração da cidade. New York City (1942) o meu preferido da série.
Protestos em museus
Lembram quando, há alguns dias, duas ativistas fizeram um protesto jogando uma lata de sopa nos girassóis de Van Gogh? Na sequência, houve um episódio no qual dois outros ativistas jogaram purê em uma obra de Monet (caso você não tenha visto este episódio, leia sobre ele aqui). Agora, uma nova onde de protestos com obras de arte aconteceu, dessa vez, um ativista tentou colar sua cabeça no quadro Moça com brinco de pérola, de Vermeer. O The Art Newspaper publicou o fato sob o título: “Eco activist attempts to glue his head to Vermeer's Girl with a Pearl Earring”.
Ao longo destes eventos conversei com alguns colegas de profissão e amigos, além de observar suas postagens para ver o que eles acharam. Eu entendo a necessidade da chamada de atenção para causas climáticas e ambientais e, especialmente, a coragem que os ativistas tem ao fazer isso. Mas, ao mesmo tempo, assim como alguns colegas, eu me preocupa ver a sequência de atos que têm como alvo obras de arte. Para comentar o assunto, percebo que algumas pessoas tem resgatado o ato de vandalismo de uma sufragista que acabou por esfaquear a Vênus de Velázquez, que se mantém em exposição na The National Gallery. Segundo li, a moça que rasgou a pintura não ajudou o movimento. Este artigo do Artsy, a coloca da seguinte forma: “ela é considerada uma extremista que tem um pequeno papel na história da arte, cujo nome está para sempre ligado ao de um homem, Velázquez”.
Sob essa perspetiva, será que esses atos realmente ajudam os movimentos? Por que não usar a arte como forma de protesto ao invés de alvo de protesto?! Não existiram outras formas de protesto que não envolvam patrimônios?
Qual a sua opinião a respeito disso? Compartilhe comigo nos comentários.
Por último, uma receita (ou duas, ou três…)
Enquanto eu fico saudade de ganhar saquinhos de Cosme e Damião, reflexos de uma infância no estado do Rio de Janeiro, vejo que o Halloween ganhou espaço no comércio brasileiro. Enquanto a Forbes traz harmonização de doces e vinhos, eu prefiro as receitas que incluem a combinação massa + abóbora + manteiga e sálvia. Em clima de Halloween esta receita tem ficando na minha cabeça, preciso fazê-la asap. Ou talvez, esta aqui, só de abóbora e sálvia da Rita Lobo, que me parece mais simples.
Para os amantes de martini, o Everyday Drinking, uma newsletter aqui no substack, fez uma seleção de receitas de martini nesta edição de sua newsletter. Vale o clique! Eu só fico receosa por eles terem incluído uma receita com Chartreuse, um licor a base de ervas, uma das piores bebidas que já experimentei. Essa eu pularia.